e que amar é aprender
que o outro ama
diferente de você
e que às vezes diz
ao deixar de dizer

e que o amar pode mudar
e continuar sendo
mas que também pode partir


(tentando não desfalecer
ao você não me dizer
que também)

e diante dessa ambiguidade
vejo meu próprio amor
(além de alguma maturidade)
ainda mais vivo

(quantas ironias
piadas cobranças
grosserias
quanto sofrimento
não impugiria
meu outro eu
no passado nosso)

amo você
apesar de talvez não mais ser
recíproco

e amo quase que ainda
com maior intensidade, ao ver,
que você agora tem o autorrespeito
que não tinha
quando comigo